## Anatel no Combate ao Mercado Cinzento de Celulares: Um Equilíbrio Delicado entre Ações e Consequências
Em uma conversa reveladora, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, abordou um tema que assombra o mercado de telecomunicações: o comércio irregular de celulares. Baigorri enfatizou que o bloqueio de gigantes como Amazon e Mercado Livre não é uma medida a ser tomada de ânimo leve, mas sim um último recurso a ser considerado com cautela.
A Anatel tem intensificado o combate a essa prática, que prejudica a arrecadação de impostos e a certificação de produtos, colocando em risco a segurança dos consumidores. No entanto, a agência reconhece que bloquear marketplaces populares pode ter efeitos colaterais indesejados, afetando vendedores e compradores que operam dentro da legalidade.
Enquanto a questão se desenrola nos tribunais, a Anatel segue em busca de alternativas para coibir o mercado irregular, como a apreensão de produtos ilegais em depósitos de marketplaces. Ao mesmo tempo, a agência celebra a chegada de marcas internacionais como Jovi, Oppo e Realme, que estão investindo na produção local e injetando mais competitividade no mercado brasileiro.
Baigorri enxerga a instalação dessas fábricas como um sinal de que as regras brasileiras são levadas a sério pelas empresas estrangeiras. A exigência de certificação e o recolhimento de impostos tornam o mercado nacional mais atraente para quem busca operar de forma legal e transparente.
A chegada de novos players também pode impactar os preços dos smartphones, tornando-os mais acessíveis aos consumidores. A expectativa é que, após consolidarem sua presença no mercado com modelos de alta performance, as empresas passem a investir também em aparelhos básicos, atendendo a uma demanda ainda maior.
Em resumo, a Anatel busca um equilíbrio entre o combate ao mercado irregular e a promoção de um ambiente de negócios saudável e competitivo. O bloqueio de marketplaces é visto como uma medida extrema, a ser evitada sempre que possível. A agência aposta no diálogo, na fiscalização e na atração de investimentos para construir um mercado de telecomunicações mais justo e seguro para todos.