O designer Abidur Chowdhury, rosto que ficou conhecido por apresentar o iPhone Air ao mundo, deixou a Apple para ingressar em uma startup de inteligência artificial. A movimentação volta a chamar atenção para as dificuldades da empresa em reter talentos estratégicos, especialmente em áreas mais diretamente ligadas à inovação.
Chowdhury era visto internamente como uma promessa em ascensão dentro da equipe de design da Apple. Além de atuar diretamente no desenvolvimento do iPhone Air, ele ganhou destaque por protagonizar o vídeo oficial de anúncio do aparelho em setembro — um espaço geralmente reservado a profissionais de grande prestígio dentro da companhia.
Na Apple desde 2019, Chowdhury chegou à empresa em um momento marcante: o período coincidiu com a saída histórica de Jony Ive, o lendário chefe de design que ajudou a moldar a identidade visual da marca. A decisão de deixar o cargo agora representa mais uma baixa relevante no núcleo criativo da empresa.
### Um time de design em transição
Desde a saída de Jony Ive, a área de design da Apple passa por uma reconfiguração profunda. Muitos dos profissionais que fizeram parte da era Steve Jobs já se aposentaram ou seguiram novos caminhos, incluindo aqueles que foram trabalhar diretamente com o próprio Ive, em seu estúdio hoje envolvido em projetos ligados à OpenAI.
Além disso, a saída de executivos importantes, como o diretor de operações (COO) Jeff Williams, somou-se às mudanças na liderança de design de interface sob o comando de Alan Dye. O resultado é uma equipe com perfil cada vez mais jovem, formada por novos nomes vindos de diferentes setores da indústria, o que reforça a sensação de renovação – mas também de ruptura com a geração anterior.
### Inteligência artificial e a disputa por talentos
O crescimento explosivo do setor de inteligência artificial transformou a área em um dos principais polos de atração para profissionais experientes. Nesse cenário, a Apple figura entre as empresas mais afetadas pela migração de engenheiros e designers para startups e companhias emergentes do universo da IA.
Esse movimento evidencia um desafio crescente: manter equipes sólidas e criativas em um ambiente em que a concorrência por talentos não apenas aumentou, como também se tornou mais agressiva. Enquanto o ecossistema de inteligência artificial avança em ritmo acelerado, a Apple precisa lidar com a perda de figuras-chave justamente em áreas que são vitais para sustentar sua imagem de empresa inovadora.
