## A Corrida da Inteligência Artificial Acelera: China Desafia os EUA com Investimentos Massivos e Autossuficiência Tecnológica
A China está elevando a competição global em Inteligência Artificial (IA) a um novo patamar. Em meio a uma acirrada disputa com os Estados Unidos pela supremacia tecnológica, megacidades chinesas lançam programas de subsídios ambiciosos, enquanto empresas locais buscam reduzir a dependência de tecnologias americanas. Em jogo, muito mais do que liderança tecnológica: ambas as nações veem o domínio da IA como crucial para o futuro poder econômico e estratégico.
**Xangai Aposta Alto na IA**
Xangai acaba de anunciar um programa de subsídios de 1 bilhão de yuans (US$139 milhões) para impulsionar sua indústria de IA. O pacote abrangente aloca recursos em áreas-chave: poder computacional, modelos de IA de terceiros e conjuntos de dados de treinamento. A cidade planeja oferecer até 500 milhões de yuans para novas instituições de pesquisa em IA, com financiamento garantido por vários anos.
Essa iniciativa reflete uma tendência nacional, com cidades chinesas competindo agressivamente para estabelecer o domínio da IA. Hangzhou, por exemplo, anunciou planos para distribuir 250 milhões de yuans em subsídios de poder computacional, enquanto nutre suas "seis pequenos dragões" – um grupo de startups chinesas promissoras, incluindo a DeepSeek, especialista em IA.
**Estratégia de Trump Aumenta a Pressão**
O anúncio de Xangai coincide com o Plano de Ação de IA do governo Trump, que mantém restrições rígidas a tecnologias-chave, ao mesmo tempo em que acelera a desregulamentação e o apoio à infraestrutura para empresas americanas de IA. O plano visa garantir que os EUA liderem mundialmente em IA, tornando-se uma potência exportadora e mantendo proteções de segurança nacional.
**Autossuficiência Chinesa Ganha Força**
Apesar das restrições americanas, analistas preveem um crescimento significativo para a indústria de IA chinesa. A Bernstein Research estima que os chips domésticos capturarão 55% do mercado de aceleradores de IA da China até 2027, um aumento drástico em relação aos 17% de 2023. As restrições de exportação criaram uma oportunidade única para fornecedores de chips de IA domésticos, que não competem com as alternativas globais mais avançadas.
Empresas chinesas estão se aproximando do desempenho de chips mais antigos vendidos para a China. O Ascend 910C da Huawei, por exemplo, atinge cerca de 65% da capacidade do H100 da Nvidia, embora seu poder computacional seja limitado pela falta de compatibilidade direta com a plataforma de software CUDA da Nvidia.
**Implicações Geopolíticas e Perspectivas Futuras**
A competição entre China e EUA parece destinada a se intensificar ainda mais. No entanto, nem a pressão americana nem os subsídios chineses garantem um vencedor claro nesta corrida tecnológica. O resultado pode depender de qual abordagem – restrições tecnológicas americanas ou investimentos chineses em autossuficiência – se mostrar mais eficaz em impulsionar a inovação.
Ainda não há um vencedor ou perdedor claro no horizonte, o que sugere que essa rivalidade tecnológica definirá o cenário da IA nos próximos anos.
