## Desabafos Digitais: A Inteligência Artificial é a Nova Confidente?
Milhões de brasileiros estão transformando o ChatGPT em um divã virtual, buscando conselhos e desabafando sobre seus problemas mais íntimos. Mas será que essa prática é segura? Sam Altman, CEO da OpenAI, a empresa por trás do famoso chatbot, lança um alerta: a privacidade nessas conversas não é garantida por lei.
Imagine abrir seu coração para um terapeuta e descobrir que suas confidências podem ser acessadas por terceiros. É essa a realidade quando se usa a IA para aconselhamento. Diferente de médicos e psicólogos, as empresas de IA não são obrigadas a manter o sigilo das suas conversas. Em outras palavras, um juiz pode exigir que a OpenAI entregue seu histórico de bate-papo.
Altman defende que as conversas com a IA deveriam ter o mesmo nível de proteção que temos com um terapeuta de verdade. Mas, enquanto a lei não acompanha a evolução da tecnologia, o risco de expor informações sensíveis é real.
No Brasil, a busca por apoio emocional na IA já é um fenômeno. Estima-se que 12 milhões de pessoas usam ferramentas de IA para terapia, sendo que metade delas recorre ao ChatGPT. A praticidade e o anonimato aparente são os principais atrativos.
Mas os riscos vão além da privacidade. Especialistas alertam para o perigo de criar um apego emocional à IA, banalizar o sofrimento e receber um apoio superficial, que trata apenas os sintomas, sem aprofundar nas causas dos problemas.
A inteligência artificial pode ser uma ferramenta poderosa, mas é fundamental ter cautela ao usá-la para questões tão delicadas como a saúde mental. A falta de sigilo legal e os possíveis impactos emocionais exigem uma reflexão sobre os limites dessa nova forma de buscar ajuda.